O fato

Não te apresses. Despe o fato com vagar, expulsa cada botão do seu lar, desfaz cada dobra que te aninha, cada vinco, cada nó, não temas o toque da luz em cada centímetro descoberto da tua pele, da tua verdadeira pele, Mas um mágico nunca revela os seus segredos... Colhe as lágrimas e os soluços com a mão, aperta-os com força e deixa-os morrer. Aqui não há segredos. Sabes que debaixo de cada fato, todos escondemos a mesma carne, a mesma dor, a mesma essência, como escondem as matrioshkas que tenho no móvel da sala.

1 comentário:

  1. gostei muito deste post e do anterior também, ainda não o tinha lido, o dos pavões. gosto de como acabam (acabam da mesma maneira). a modos que tens um certo estilo

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