Manuscritos à meia luz #2


Enebriada pelo incenso que ardeu,
de pensamentos a açafrão tingidos,
sonho em sorrisos feridos
o Oriente que nunca foi meu.

Kimonos de amendoeira em flor
cosem-nos gueixas a linhas de tule.
Chá branco aguarda em adornado bule 
que o reguem em fino rumor.

Rostos lavados em membranas de talco
desfilam diante minhas pálpebras fechadas.
Quando poderão deixar de ser cerradas 
para vislumbrar o vero palco?

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