O 29 de Abril

Um amor de mil anos não tem morte pacífica. No fundo, nunca chega a morrer por completo, descansa em estado vegetativo, latente, uma única luz acesa numa mansão esquecida, Daqui não arredo pé!, sussurra-me ela confiante, ali pequenina, cor de sol brilhante, como a luz de presença que acompanhou os meus sonos de infância. Eu tenho orgulho nela. Gosto que persista, gosto que não se tenha deixado tornar ossos e monstros de lodo por mãos sujas alheias. Não se tira a dança a quem a acolheu no sangue.

Sem comentários:

Enviar um comentário