Das amizades

Tinha eu meia dúzia de anos e uma mão cheia de sonhos quando perdi a minha primeira grande amiga, andávamos juntas no jardim de infância. Um dia os pais compraram casa na outra ponta da cidade e eu deixei de a ver. Não me recordo das feições dela. Lembro-me do seu nome, lembro-me que era loira, cabelo liso pelos ombros com corte a direito, lembro-me que tinha olhos de um azul translúcido que não conhecia mentiras, lembro-me que um dia me disse Odeio alfaces, blhac. Lembro-me que chorei quando no dia seguinte ela já não estava lá.

1 comentário:

  1. Oh que poético Biscoita. Há perdas que são uma dorzinha no estômago e no coração. Sei bem delas... Um beijinho!:)

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