Naquela noite fúnebre era dia da mãe. Na cozinha, uma mesa com quatro lugares, três deles ocupados por vultos de traje negro, dois pequenos de olhar fosco e feições de mármore, um maior de jeito vencido e aliança no anelar direito. No lugar vazio a aliança par, de lúmen oco. Pela primeira vez era dia da mãe sem haver mãe, fora levada de madrugada por uma dor na nuca e um ai! tão veloz que não deixou espaço para O que se passa queridas ou cento e dozes, duas letra e a luz tomou-a nos braços, assim, como um soluço que vem sem avisar, faz o seu trabalho e dissipa-se, deixando apenas uma sensação de surpresa incrédula à sua passagem.
- Nem houve despedidas, pai. É tão injusto.
- Ela despediu-se o melhor que pôde.
Era o último ditongo da mãe, um adeus, um sejam felizes, um amo-vos muito no ai! que deixou o lugar vazio na mesa para quatro.
- Nem houve despedidas, pai. É tão injusto.
- Ela despediu-se o melhor que pôde.
Era o último ditongo da mãe, um adeus, um sejam felizes, um amo-vos muito no ai! que deixou o lugar vazio na mesa para quatro.
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